domingo, 8 de abril de 2007

Pensar nem sempre ajuda

Ontem, mais uma daquelas noites.
Eu, A, G, M, D... tempo bem passado, com algumas das últimas pessoas que valem mesmo a pena. Amigos que me acompanham desde que me lembro de ser eu mesma, amigos que eu acompanho desde que eles se lembram de ser eles próprios. Laços destes já nunca se irão quebrar.
Com a idade, com os erros, com as quedas aparatosas que nos acontecem sempre uma vez na vida eu cheguei à conclusão de que já não vale a pena tentar travar uma amizade. Agora, já somos demasiado construídos, aperfeiçoados, dissimulados, artificiais. Já sabemos demasiado bem o que queremos, o que é melhor para nós... Já não conseguimos abandonar o nosso orgulho e partir para a inocência que é necessária para "criar" uma verdadeira amizade, como aquela de que desfrutamos quando crianças. A tal inocência que já Caeiro nos falava. E como eu gosto de o descobrir!
Cheguei a um ponto em que me apercebi que dificilmente conseguirei aumentar o meu círculo de amigos. Os que tive até aqui e que se mantiveram até hoje são, na melhor das hipóteses, os que vou ter para o resto da minha vida. Tudo o mais são meros conhecimentos, meras relações fugazes e efemeras que já nem eu sei para que existem. Resta-me cuidar daquilo que conquistei.
Chamem-me pessimista. Talvez também já tenha perdido a tal inocência. Até podem estar certos. E eu gostava que estivessem, e que isto não passasse de meros devaneios da minha parte. Era tão reconfortante!

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