segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Tão banais como a minha Vida

Primeira - Vou eu muito bem descansada aos Correios para enviar uns postais para queridos que estão mais longe e nisto tiro meu ticket e ponho-me à espera. À espera, tipo 5 minutos... Olho para o ecrã e qual não é o meu espanto quando vejo aqueles números encarnados, grandes e bonitos a dizerem-me que tenho 100 pessoas à minha frente. "Não pode ser. Tou a ver mal." Confirmo mais uma vez, era verdade. Olho à minha volta... Onde é que estão as 100 pessoas? Não estão. Guardei o meu ticket e fui experimentar vestidos para a Benetton. É uma boa solução. Passados 50 minutos ainda tinha umas 12 pessoas a minha frente. Aguardei... E ao fim de 1hora e tal e uns quantos vestidos e camisolas consegui mandar umas palavras àqueles que não estão cá. E tudo isto porque não quis mandar uns simples mails... Deprimo.
Segunda - Ontem (Domingo) um docente que eu muito estimo ligou-me às 13h. Comecei mal ao dizer "Bom dia!", peço desculpa mas ainda não tinha tido oportunidade de acordar verdadeiramente para a vida. O que realmente importa é que o motivo do telefonema era tão somente para me pedir que eu lhe ligasse no dia seguinte (hoje) ao final do dia. Já liguei, ainda não está nada definido, amanhã vou ter de ligar de novo, pela mesma hora (final do dia... O que é subjectivo).
Terceira - Hoje tive um paciente que anda com uma depressão. Pronto, uma pessoa não é uma máquina que a pessoa chega ali, abre a boca, eu trato o que tiver a tratar e está despachado. Não. Eu gosto de falar com as pessoas... Preciso da história clínica e gosto de conhecer um pouco de cada um. Ok, o sr. tem dois filhos na Suiça... "Então costuma ir lá de vez em quando?", "Ah, não só às vezes porque está lá a minha ex-mulher, e tenho cá a minha companheira e elas..." Silêncio. Depois disto percebi porque é que o homem anda em depressão. As mulheres...
Quarta - Também hoje, tive uma paciente que é prima do Rodrigo Santoro! Com isto me despeço ;)

O meu compasso

Atropelados
Com soluços
Incautos
Rápidos
Sonhados

Assim são os (meus?) tempos, por ordem alfabética.

Cada música tem o seu compasso, o seu tempo. Se nós temos os nossos tempos, qual é a música que define cada momento? Ou qual é a música que define cada um de nós?

Talvez não possa existir uma única música que nos defina, porque nós somos eternamente mutáveis por mais que digam ou acenem que não. Eu tenho muitas. Sou um F. Pessoa que assina com uma clave de sol.

Estranho... Mas qual é a importância disto?