quinta-feira, 29 de março de 2007

São boas vibrações


Hoje é Disco Night! =)

quarta-feira, 28 de março de 2007

Mundo descontente


Ele escreveu... "Não vou procurar quem espero, Se o que eu quero é navegar".

Eu, que espero, também não vou procurar. A única diferença está em que eu já ando a navegar.
Levo adiante uma travessia que está imersa em pensamentos confusos, que não me abandonam.
Desejo de evasão. Cansaço do timbre. Impaciência nas palavras. Sensações sórdidas, vazias... Sensações que já não o são mais, porque o corpo está, mas a cabeça vai longe.
Não vou procurar O que espero, porque tenho medo de perceber que a ilha, afinal, era outra. Por isso, prefiro ir navegando. Além do mais, acho que há mais que um navio à deriva neste oceano. O meu e O que espero.
Assumo, quero encontrá-lO. Não por agora, que as águas estão agitadas, as nuvens cinzentas e o vento não sabe que direcção tomar. Mas, quando encontrar a minha verdadeira rota, talvez o sol volte a brilhar.
Se não a encontrar eu, O que espero encontrará. E se não encontrar, é porque a minha desorientação neste mar, onde não há sinais de qualquer porto, não é um acaso, mas sim um desígnio mais alto que se impõe. É porque não tinha de ser. E contra isso não poderei lutar.

O sol voltou a brilhar lá fora. Agora.


Aqui fica o referido e sublime poema. Letra para música de Ornatos Violeta...

Capitão Romance

Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar

Parto rumo à primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu

Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que desistem
Antes de morrer

Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
Eu vi
Mas não agarrei

Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro para sentir

E dar sentido à viagem
Para sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz

Eu vi
Mas não agarrei

terça-feira, 27 de março de 2007

Não compliquem


Floreados, arranjos e cores são todos eles meios para a abstracção.

Se não tem a certeza do que vai dizer, ou não quer que percebam o que vai dizer nada mais tem a fazer senão começar a dispersar e a usar palavras cujo significado ninguém conhece. Resultado garantido. E quanto mais tempo andar à volta do assunto, sem nunca realmente falar sobre ele, melhor será o "efeito carrocel".

As pessoas distraem-se com os floreados, arranjos e cores. Adoram-nos muito mais do que o próprio conteúdo. Podem não perceber rigorosamente nada do que se está a discutir, mas sabem sempre dizer se orador fala mal ou se fala bem. Porquê? Por causa dos floreados, arranjos e cores. (Quantos mais, melhor. Claro!)

O que me leva a escrever tudo isto não é fazer um apelo à superficialidade, atenção. Eu abomino todos os que se escondem atrás de palavras, confusões temáticas ou ideias turvas e mal suportadas. São perigosos. Por mais que tentemos decifrar o seu enigma, jamais saberemos o que pensam, o que defendem ou o que temem.

Esses ainda não perceberam que a beleza reside precisamente em falar sobre o transcendente utilizando a simplicidade dos puros.

Há pessoas que têm uma tendência inata para complicar o que pode ser simples... Floreados, arranjos e cores!



segunda-feira, 26 de março de 2007

O que tem de ser tem muita força...

Mais uma semana. Pobre de ti, ainda hoje começaste e já me cansas!
Mas nem tudo são coisas más... E a segunda-feira é sempre um dia difícil. A adaptação do "não faz nenhum" para o bombardear de aulas, avaliações e trabalhos nunca foi muito pacifica para mim.

Já agora, pude aperceber-me que hoje as pessoas estavam particularmente "criativas". Fiquem com as....

Frases do dia:

  • "Isto é uma nota, um pequeno à parte, entre parentesis" (Eu)
  • "Quem é do PCP?" - perguntou o R. - "Eu, eu sou do Millenium BCP!!" (Eu)
  • "Vieram à aula anterior... Estão a ver?! Meninas tão pequeninas e já aprendem tantas coisas!" (Prof. M.)
  • "Esteja descansada que não lhe vamos furar a gengiva" (Prof. M.)
  • "Se eu nunca vi, é porque não existe!" (Prof. C.)
  • "Não sei se estes Sr.s se chamam Oclusionistas!" (Porf. C., aula de Oclusão)
  • "No tempo em que eu me formei, os supositórios eram uma panaceia." (Prof. M., aula de Farmacologia)

domingo, 25 de março de 2007

Rio Meu



Há anos que procurava esta Maravilha da poesia portuguesa. Foram vezes sem conta que cantei "existe um rio, a sina de quem nasce fraco ou forte" e por ali me ficava, tentando imaginar quais as seguintes rimas que Carlos do Carmo cantava. Frustração imensa, devo confessar.... E sem querer, eis que ela surge aos meus olhos num qualquer site que nem eu mesma sei como descobri. Mais uma prova de que parar é morrer!





No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.

No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura
e, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaçodo corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem caiou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.

Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem caiou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.


José Luis Tinoco


Poema que ecoa no meu pensamento. Leva-me tão longe. Talvez onde eu nunca estive. E é aí que reside a beleza da música e da poesia...
Deixam-nos sonhar!

sábado, 24 de março de 2007

Genesis

O primeiro. Talvez o mais difícil de escrever. Não estão criados hábitos porque a linha condutora ainda não foi estabelecida.
Estou livre para inventar realidades, vidas, acontecimentos que nunca foram os meus. Posso mentir, exagerar, ocultar. Até posso falar sobre a minha verdade. Ninguém saberá. Ninguém me vai julgar. Estou livre.