Passei por lá

Despachei-me eram 12h30. Almocei, mudei de roupa, calcei uns ténis, peguei no meu Tão Giro e fui direitinha a S. Pedro, apenas com uma pausa para beber café.

Estava sol. O sol aquecia a cara e o corpo. A alma.

Deixei o TG antes do farol e fui andando até lá ao fundo, até ao fim da praia velha. Fui junto à estrada e voltei pela areia. De vez em quando passava por alguém. Sozinhos, pares, famílias. Bicicletas, patins, triciclos. A Vida devia ser mesmo aquilo e o Verbo era diversidade, pensava.

Comecei num ritmo ansioso, rápido mas dei-me conta de que quanto mais afastada estava mais calma me sentia, mais fundo respirava e menos pressa tinha. Sentei-me e contemplei. Podia fazê-lo porque ninguém esperava por mim. Eu, o mar, o sol.

Era estranho estar por ali sozinha. Não era desconfortável, mas quase. Diferente. As ondas traziam recordações de momentos que já não se vão repetir, pelo menos não de igual forma. Ali brinquei, ali sorri e comi pipocas, ali beijei e fui feliz, ali tinha passado este ano com os amigos que eu chamo de sempre - na volta entrei no Pai dos Frangos e estavam algumas caras conhecidas da passagem de ano =D

Não fosse esta minha confusão na cabeça e aquilo podia ser o Paraíso. Ainda lá vou ter uma casa...

Depois lanchei no Bambi e voltei para me dedicar à leitura. Nestes últimos dias li dois livros e estou a terminar o terceiro. É  estranho ter tempo para ler depois de tantos anos a ler apenas livros técnicos e apontamentos antes de qualquer exame.

Estou a ler A Cabana... Gosto da visão e gosto de acreditar que Deus (Papá) é mesmo assim. Aconselho. Só falta mesmo concordar que a vida sem namorado é uma grande seca. Sobram umas coisas e faltam outras. Cá está, é estranho. Não é desconfortável, mas quase. Onde é que eu já ouvi isto?????