segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O meu compasso

Atropelados
Com soluços
Incautos
Rápidos
Sonhados

Assim são os (meus?) tempos, por ordem alfabética.

Cada música tem o seu compasso, o seu tempo. Se nós temos os nossos tempos, qual é a música que define cada momento? Ou qual é a música que define cada um de nós?

Talvez não possa existir uma única música que nos defina, porque nós somos eternamente mutáveis por mais que digam ou acenem que não. Eu tenho muitas. Sou um F. Pessoa que assina com uma clave de sol.

Estranho... Mas qual é a importância disto?

3 comentários:

Ookami disse...

Talvez com um compasso tão descoordenado quer dizer que o maestro anda um pouco confuso, há ainda coisas para resolver e esquecer dentro dessa sua essência. Não é fácil. E é perigoso. E não é impossível de ultrapassar.

E sim, é verdade que não é apenas uma música que define alguém, só alguns aspectos. Outras nos dirão outros aspectos e porque somos os maestros, nós é que as definimos, porque nós é que nos definimos. Eu diria mais que a música define os nossos estados emocionais num dado tempo das nossas vidas...

A grande questão é, ainda dás o mesmo concerto ou afinal já mudaste algumas músicas? Porque afinal há sempre umas que se tornam obsoletas e nos impedem de brilhar, isto é, de crescer...

Até me fez lembrar aquela música: "Mudar de vida se tu não vives satisfeito, mudar de vida estás sempre a tempo de mudar..."

Juízo e introspecção faz parte da minha recomendação, porque o erro é a perpetuação do flagelo a um coração.

ZdT disse...

Os tempos da vida são como os de uma sinfonia inacabada, de um sem-número de compositores mais ou menos amigos uns dos outros. Agora, nesta primeira hora de amanhã, que ainda é hoje, parece que consigo ouvir um Prelude nº1 em Dó Maior, do Bach, com um humor a frio, como o lá de fora.

GuudTime disse...

Clave de sol.

Interessante. Clave significa chave, logo chave de sol.

Chave de sol. Chave do sol. Chave para o sol.

Assinas com uma chave, a chave de sol. Essa chave, esse sol, abre/inicia o teu compasso, a tua música. Não todas as músicas, não qualquer música.

A tua música. A tua chave. O teu sol.

Dirias que cada um de nós é uma música? Ou somos como um rádio que procura sintonizar aquela estação, onde de certeza aquela música vai passar? E será que essa música somos mesmos nós? Ou essa música somos nós naquele momento?

O que eu quero mesmo perguntar, é se a tua chave de sol, pode ser também a chave para o compasso de outra pessoa.

Porque se assim for, quero saber como é que isso se descobre!

Sou um K. Marx que assina com uma equação social.

Estranho? Nem por isso.