Mais do que escrever, mais do que ler comentários de outros que me leêm, mais do que comentar palavras e ideias de outros, gosto de ter um blog para poder ler o que escrevo. Não me tomem por narcisista...
Gosto da nostalgia desperta por palavras antigas. De reviver as emoções que um dia senti.
O tempo tem a capacidade de atenuar sentimentos. Claro que tinha mesmo de ser assim, julgo que seria incapaz de viver sentindo todas as emoções de toda a minha vida acumulada e simultaneamente. No entanto, isto pode ser também cruel. Por vezes, esquecemos a grandiosidade de pequenos momentos, de como uma certa pessoa nos fez reagir com um gesto inesperado da sua parte, da tristeza de não obter determinado objectivo que com o tempo se tornou fútil, mas que naquele momento era todo para nós. Não será este o processo que domina a perda de identidade?
Assim... Gosto de ler o meu blog. Gosto da ideia de que é possível refugiar-me na minha vida e vê-la de novo passar na tela, revivê-la cá dentro onde ninguém mais pode chegar porque mais ninguém pode sentir por mim.
Sorrio. Concluo que todo o passado, melhor ou pior, me faz sorrir. Aprendi e cresci com tudo o que vivi e consegui renovar o que tinha arquivado.
Finalmente, percebo. A verdade é que nunca esquecemos realmente o que vivemos. Podem faltar os rostos, os lugares, as datas (ou os blog's) mas toda a recordação está presente e cravada na nossa personalidade. Somos assustadoramente modificados pelo que vivenciamos. Seremos nós o que vivemos?
Ainda assim, gosto de ler palavras minhas. De certa forma, elas são a minha vida e, por isso, fazem-me crescer.
Fiquem com a estrada da vida...